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As garotas Gilmore voltaram


Se tem uma série que fez parte da construção do que eu sou hoje, essa série é Gilmore Girls.

Você deve estar pensando "Ah! Isso é exagero de fã maluca".

Sim, pode ser, mas não deixar de ter uma pitada de verdade.

A série começou no ano de 2000. A Rory tinha 16 ano, eu também.

Fomos crescendo e amadurecendo juntas, apesar de eu ser bem mais Lorelai no jeito desorganizado e confuso de ser.

Era como acompanhar a vida de amigas próximas.

Mulheres incríveis com as quais eu me identificava ou gostaria muito de ter algo em comum.

Ri, me emocionei, detestei todas elas em algum momento e aprendi muito.

Sim, aprendi e vou dividir aqui 6 lições que aprendi com as garotas Gilmore!

1- Amizade entre mulheres é maravilhoso.

Quem nunca ouviu a ladainha que mulheres não conseguem ser amigas, que são invejosas, competitivas, fofoqueiras, traiçoeiras?

Eu já ouvi e caí na besteira de acreditar nisso por um tempo.

Tive poucas amigas e me orgulhava de ser da turminha dos meninos. "É muito mais divertido e descomplicado", eu dizia.

Quanta bobagem!

Lorelai & Sookie, Rory & Lane e, principalmente, Rory & Paris nos mostram que amizades profundas são complicadas, dão trabalho, exigem paciência, dedicação e muita empatia e isso é maravilhoso!

Quando aprendemos que a vida não é uma competição e que juntas somos muito melhores, tudo fica mais fácil, divertido e acolhedor.

2 - Não ter vergonha de gostar de coisas que as pessoas não acham tão legal.

Quem aí já não teve vergonha de admitir que gosta de uma certa banda, programa de tv ou um estilo de roupa?

Não é preciso ver muitos episódios para perceber que as garotas Gilmore tem um gosto um tanto peculiar para programas de tv, comida e objetos de decoração e não tem a menor vergonha disso. Muito pelo contrário.

Gosto é uma construção do que vivemos, das nossas memórias, experiências e afetividades.

Então, vamos ser felizes e parar de viver de acordo com as regras de bom gosto alheias!

3 - Seriedade não é algo que vem, automaticamente, depois dos 30.

Quando a série começou, Lorelai tinha 32, idade que tenho hoje.

Apesar de todas as responsabilidades (uma filha, trabalho estável, casa, contas para pagar...), temos que concordar que ela não era a mulher mais séria do mundo, né?

Lembro disso ter me chamado atenção na época, mas hoje percebo isso com muito mais identificação, por motivos óbvios.

Não sei vocês, mas eu achava que aos 30 seria totalmente diferente do que sou hoje.

Super bem resolvida, séria, sem problemas financeiros, com uma profissão estável, poupança..essas coisas todas que achamos que pessoas mais velhas tem, ou deveriam ter. Acontece que a vida não é assim e o fato de ter uma certa idade não te faz ser outra pessoa. Mudança acontecem, responsabilidades chegam, mas continuamos nas nossas confusões e com a mesma personalidade de antes (só que com boletos).

Ter a Lorelai como referência, me ajudou a entender isso e me achar menos idiota por não ser uma trintona séria e super madura.

Obrigada, Lorelai!!

4- Referência é tudo

A série é cheia de referências de livros, filmes, bandas, história e personagens. Se você piscar, corre o risco de perder algumas.

Nunca fui de ser a doida do caderninho e anotar todas, mas já descobri coisas muito bacanas por causa da série.

É diversão garantida e um mergulho delicioso na cultura pop!

Vale muito prestar atenção e seguir as dicas das garotas Gilmore.

5 - Não existe coisa de menino e coisa de menina.

Eu sempre amei escrever, mas teve uma época da minha vida que eu simplesmente achei que aquilo não era pra mim.

Apenas porque um cara, em algum momento, disse que eu até escrevia bem, mas que ele não curtia muito por ser "coisa de menininha".

É muito doido perceber hoje o tanto que aquilo me ofendeu e me paralisou. Acreditei, de verdade, que escrever sobre relacionamento e ter protagonistas femininas era uma coisa menor. Algo sem valor.

Gilmore Girls foi muito importante para eu entender a besteira daquilo tudo que o cara me fez acreditar.

Bem, a série foi criada por uma mulher, Amy Sherman-Palladino, com duas protagonistas maravilhosas, elenco feminino super forte com histórias próprias, fala sobre relacionamento (amorosos, familiares e de amizade) e eu não conheço quem não fique paralisado e maravilhado vendo um episódio. Homens e mulheres.

Protagonismo feminino é importante e relevante para todos!

6 - Escrever, escrever, escrever (para/por/sobre mulheres)

Demorei alguns anos, cheguei quase atrasada e não consegui vaga na janelinha, mas todo esse amor por personagens, diálogos, construção da trama, me ajudou muito a ter coragem de sair da moda, virar roteirista e pensar sempre no protagonismo feminino, na nossa voz que precisa muito ser escutada!

Criei o Lugar de Fala por isso: pensar e divulgar o protagonismo feminino na internet, cinema, escrita, projeto e, com certeza, devo muito ao impacto que a série teve sobre mim.

Representatividade importa e importa muito!!

Mila Coutelo

Roteirista, idealizadora do Lugar de Fala, feminista,

a doida dos gatos e otimista incorrigível.

Me segue nas redes sociais e assina minha newsletter, juro que sou legal!!

Twitter e instagram: @milacoutelo

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