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Vamos falar de cultura do estupro?


Photo credit: seven_resist via Visual Hunt

Cultura do estupro é:

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos e, além disso, colocar esse video na internet.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles colocar o vídeo na internet bem orgulhoso do feito.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles colocar o vídeo orgulhoso na internet e receber comentários elogiosos e muitas curtidas.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles postar o vídeo na internet, receber mensagens elogiosas, muitas curtidas e milhares de compartilhamentos.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles postar o vídeo na internet, receber mensagens elogiosas, muitas curtidas, milhares de compartilhamentos e, quando finalmente é noticiado lemos "suposta vítima de suposto estupro estava drogada e teve um filho aos 14 anos".

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles postar o vídeo na internet, receber mensagens elogiosas, muitas curtidas, milhares de compartilhamentos e, quando finalmente é noticiado lemos “suposta vítima de suposto estupro estava drogada e teve um filho aos 14 anos” e um silêncio ensurdecedor dos nossos queridos "homens de bem".

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles postar o vídeo na internet, receber mensagens elogiosas, muitas curtidas, milhares de compartilhamentos e, quando finalmente é noticiado lemos: “suposta vítima de suposto estupro estava drogada e teve um filho aos 14 anos”, um silêncio ensurdecedor dos nossos queridos “homens de bem” e, quando um desses 'homens de bem' resolve fazer textão é pra dizer o quanto ele é diferente daqueles monstros e que não podemos generalizar porque ele não é assim.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles postar o vídeo na internet, receber mensagens elogiosas, muitas curtidas, milhares de compartilhamentos e, quando finalmente é noticiado lemos: “suposta vítima de suposto estupro estava drogada e teve um filho aos 14 anos”, um silêncio ensurdecedor dos nossos queridos “homens de bem” e quando um desses homens de bem resolve fazer textão é pra dizer o quanto ele é diferente daqueles monstros, que não podemos generalizar porque ele não é assim. Mesmo sabendo que esse mesmo “homem de bem” assedia mulheres na rua, ri de piadas machistas, fica calado quando os amigos mandam vídeos de “meninas soltinhas na balada”.

33 homens estuprarem uma menina de 16 anos, um deles postar o vídeo na internet, receber mensagens elogiosas, muitas curtidas, milhares de compartilhamentos e, quando finalmente é noticiado lemos: “suposta vítima de suposto estupro estava drogada e teve um filho aos 14 anos”, um silêncio ensurdecedor dos nossos queridos “homens de bem” e quando um desses homens de bem resolve fazer textão é pra dizer o quanto ele é diferente daqueles monstros, que não podemos generalizar porque ele não é assim. Mesmo sabendo que esse mesmo "homem de bem" assedia mulheres na rua, ri de piadas machistas, fica calado quando os amigos mandam vídeos de “meninas soltinhas na balada”. É ouvir a população indignada com o fato dizer que esses 33 homens são uns doentes e que merecem "virar mulherzinha" na cadeia.

A cultura do estupro está no silêncio, na piada machista, no horror ao "politicamente correto", no estupro de uma mulher a cada 11 minutos, na ausência de enfrentamento de situações humilhantes para a mulher para não parecer o chatão da roda de amigos, na publicidade que nos objetifica, no julgamento da vítima, nos vídeos vistos e compartilhado, numa sociedade que faz questão de sempre querer nos fazer acreditar que nossos corpos não nos pertecem.

Estupradores não são doentes ou monstros. São homens comuns, com uma percepção muito clara de como nossa sociedade é omissa com as mulheres e que se sentem no direito de violar nossos corpos. Todos os dias.

Enquanto uma mulher for estuprada, todas nós viveremos com medo, mas jamais nos calaremos! Vamos gritar, brigar, berrar e lutar até que entendam.

Até que isso acabe.

Mila Coutelo

Roteirista, diretora, idealizadora do Lugar de Fala, feminista,

a doida dos gatos e otimista incorrigível.

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