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Publicidade ‘feminista’ - A mulher como público-alvo

Março é o Mês Internacional da Mulher, disso todo mundo sabe, mas será que todo mundo sabe que é o mês de LUTA PELOS DIREITOS da mulher?

Há quem diga que não faz mal dar flores e nos parabenizar. Normalmente quem defende esse lado são homens e mulheres que ainda reproduzem conceitos machistas. Há também quem aceite parabenização se for para comemorar nossas poucas conquistas e nos incentivar a continuar. E enfim, há um outro lado que acredita que este é um mês para intensificar nossas lutas.

Pessoalmente concordo que este é o momento para intensificar a luta e comemorar as conquistas, mas isso não me impede de ver que essa data continua sendo utilizada como uma oportunidade comercial. Nessa época do ano as propagandas se voltam para as ‘características femininas’ parabenizando as mulheres que cumprem ‘seu papel na sociedade’ e reforçando um discurso que conhecemos bem.

Mas… tenho notado essas propagandas tentam se mostrar cada vez mais inclusivas: casais gays no dia dos namorados, modelos com biotipos reais e campanhas de maquiagem que mostram que seus produtos servem para expressão e liberdade feminina e algumas inclusive ironizam a ideia que de nos maquiamos para chamar a atenção dos homens. E eu acho ótimo.

Vejo aí uma via de mão dupla nessa nova abordagem comercial, porque as empresas estão minimamente nos ouvindo e, mesmo que a intenção final seja o lucro, ter esse tipo de ideia rodando em meios de comunicação em massa tradicionais, de certa forma nos ajuda a atingir as mulheres que ainda não se empoderaram.

Tenho plena consciência de que nós somos afetadas em diferentes esferas a depender da nossa cor e situação social, mas vale lembrar nos anos 50 as propagandas mostravam a violência contra a mulher deliberadamente, hoje campanhas contra o feminicídio estão por toda parte. É claro que a questão não se encerra aqui, mas escolho encerrar pelo menos este mês com uma visão positiva de que precisamos pensar a celebração como parte da luta.

Leila Satin

Vim do interior para realizar o sonho de estudar em São Paulo e no final descobri que esse é só o começo da viagem. Criei o blog Oficina Põe no Papel, pois na palavra escrita me resolvo e me descubro.

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