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Enfim, temos uma INDICADA!


Na última quarta-feira, 03, a União Brasileira dos Escritores (UBE) enviou o nome de Lygia Fagundes Telles como sua indicada à Academia Sueca responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura.

O anúncio da premiação deve acontecer em Outubro, na Suíça. Até hoje nenhum brasileiro foi premiado. No ano passado uma mulher levou o Prêmio, foi a bielorrussa Svetlana Alexievich.

Lygia Fagundes Telles foi indicada por unanimidade, "Lygia é a maior escritora brasileira viva e a qualidade de sua produção literária é inquestionável", disse Durval de Noronha Goyos, presidente da UBE, em comunicado.

Natural de São Paulo, a autora de 92 anos foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985, tem obras traduzidas em diversas línguas e ganhou vários prêmios ao longo da carreira, como o Camões (2005) e o Jabuti (1966, 1974 e 2001). Também teve obras adaptadas para o cinema e teatro, além de ser fundadora da UBE e fazer parte do Conselho Diretor da instituição.

Grandes nomes da nossa literatura já foram indicados ao prêmio ou tiveram seus nomes sondados. Como é o caso de Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar, porém nenhum nunca venceu a premiação.

Lygia Fagundes Telles é a primeira mulher brasileira a receber tal indicação. Sim, nunca antes uma mulher havia sido indicada como representante brasileira. Fato que nos faz questionar o quanto a literatura feita por mulheres é valorizada no Brasil.

Terra de Cecília Meireles, Cora Coralina, Adélia Prado, Raquel de Queiróz, Hilda Hilst, Carolina de Jesus, Clarice Lispector e Lygia Bojunga, citando apenas algumas das grandes escrituras brasileiras do último século e apenas em 2016 uma mulher é indicada como representante nacional no Nobel de Literatura.

Diminuindo a escala, de mundial para países de língua português, quando falamos do Prêmio Camões de Literatura temos apenas duas vencedoras, Lygia Fagundes Telles e Raquel de Queiróz.

Ao analisarmos qualquer grandes premiação literária é nítida a disparidade tanto em quantidade de indicados como de vencedores do sexo feminino. A desvalorização não é só nacional. Nos últimos 15 anos tivemos 5 vencedoras do prêmio Nobel de Literatura, são elas:

Elfriede Jelinek em 2004 Doris Lessing em 2007 Herta Muller em 2009 Alice Munro em 2013 Svetlana Alexievich em 2015

Que Lygia Fagundes Telles seja a primeira de muitas, e que a literatura feminina seja valorizada não só aqui como no mundo todo.

Deixe elas falarem. Dê voz às mulheres! Valorize!

Carolina Balza

Estudante de Produção Cultural, 23.

Se desconcentra no silêncio.

Ainda acredita na humanidade, mas prefere gatos e livros.

Vai de Alcione a Björk em um minuto.

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